Viagem ao Paraguai: Tutorial do Sacoleiro

Aproveitando a super viagem que fiz ao Paraguai esse fim de semana, vou escrever um pouco a respeito.

   Inicialmente um pouco sobre a história dos sacoleiros que viajam ao Paraguai: antigamente era mais fácil de passar as mercadorias, hoje a fiscalização é mais rígida. Além disso o mito de que os produtos do Paraguai são de má qualidade estão caindo por terra. O que acontecia antigamente era que os eletrônicos funcionavam em uma frequênica diferente da usada no Brasil, por isso queimavam facilmente, e todos diziam que produto do Paraguai não prestava. Hoje em dia não dá pra falar mais isso, pois a qualidade está boa (é claro, se você não comprar imitação ou falsificação), principalmente em relação a produtos de informática.

  Sobre a viagem: fomos em quatro pessoas, a distância de Chapecó até a ponte do Paraguai é de aproximadamente 500 km. Isso deu um custo de 50 reais por pessoa, mais uns 30 reais que gastei com comida e táxi pra trazer as mercadorias do Paraguai até a Aduana. Saímos na sexta a noite e chegamos lá perto das 6 horas da manhã. As 7 fomos até uma loja de informática, visto que eu e meu amigo queríamos um pc cada um. A atendente da loja era super gente boa, mostrou vários tipos de monitores LCD, gabinetes, HD, placa mãe, etc. Após comprarmos os computadores, pegamos um táxi para passar pela aduana. O esquema é o seguinte: cada pessoa pode gastar até 300 dólares que fica dentro da cota. Como estávamos em 4, eu e meu amigo passamos os computadores e minha namorada e a mãe do meu amigo passaram sem nada, para poder voltar depois e comprar o resto das coisas. O táxi para antes da aduana. Descemos e fomos até umas mesas para preencher as declarações de bens e mercadorias (umas folhas onde colocamos nossos dados pessoais e o que estamos comprando). Após preencher, entramos em uma sala onde os fiscais da receita conferem se a mercadoria confere com o que declaramos. Como era cedo o movimento estava baixo. Como ficamos na cota (até $300), não precisamos pagar impostos e passamos tranquilamente. Feito isso levamos as mercadorias para o carro e retornamos novamente ao Paraguai para comprar as coisas menores.

   Eram quase 10 horas. Ainda precisávamos comprar 2 máquinas digitais, 2 pendrives, um MP5 e algumas outras quinquilarias (pode-se dizer que lá é um paraíso do consumismo). Como tínhamos ainda 2 cotas para gastar ($600), deu pra comprar tudo isso. Ao meio dia almoçamos em um restaurante em um shopping, e pra garantir comemos pizza (não arriscamos o bufet). Após compramos várias coisas: urso de pelúcia, kit de pôker, tênis, camisetas… fomos passar a ponte novamente. Dessa vez foi a mãe do meu amigo e minha namorada, e nós passamos sem nada (só podemos gastar a cota novamente após 30 dias). Após 1 hora de espera (sim, é bem movimentado na parte da tarde), passamos sem problemas (dentro da cota). Por volta das 5 horas retornamos, chegando em Chapecó 11:30. Na estrada não tivemos problemas, afinal, toda a mercadoria estava declarada.

Com essa viagem, ficam algumas dicas para quem pretende viajar para o paraguai para dar uma de sacoleiro, muambeiro, paraguaio, etc:

– Utilize roupas e calçados velhos e confortáveis, pois você caminha muito e lá têm muita gente (inclusive marginais, apesar do bom policiamento);
– Guarde a grana em local seguro, evite de levar bolsas ou mesmo carteira, e não conte dinheiro “no limpo”;
– Não dê bola para vendedores de rua, pois de metro em metro alguém te oferece meias, cuecas, brinquedos, canivetes, etc;
– Leve uma lista de pretensões, isso facilita sua organização, além de ganahr um tempinho;
– Se gostou de alguma coisa, o preço é bom, e o produto é de qualidade, leve, pois é difícil passar várias vezes no mesmo local;
– Carregue as compras bem seguras, e fique sempre bem atento. Evite andar em locais com pouco movimento;
– Se for comprar eletrônicos, pesquise bem o preço no Brasil. Existem vários sites de lojas do informática no Paraguai;
– Evite de entrar com seu carro, pois caso ocorram incidentes, o transtorno é grande. Fora isso existe o risco de riscarem seu carro “acidentalmente”;
– Não coma nada que não seja industrializado, a não ser que seja em um shopping famoso;
– Seja rápido, pois o tempo passa voando e as ofertas são muitas;
– Esteja com o folêgo em dia, pois você caminha muito;
– Evite extrapolar a cota para não ter problemas na aduana. Caso extrapolar, é melhor pagar imposto do produto que passou da cota;
– Tudo que está declarado pode ser legalizado. Basta ir até uma agência da receita federal e apresentar as guias preenchidas e carimbadas;

No fim das contas vale a pena guardar uam grana extra e ir com os amigos. Se resolver possar em um hotel, dá pra aproveitar e visitar a Usina de Itaipu, que fica bem pertinho!